A Caverna - José Saramago

“E agora queria recuperar o tempo perdido, palavras estas insensatas, entre as que mais o forem, expressão absurda com a qual supomos enganar a dura realidade de que nenhum tempo perdido é recuperável, como se acreditássemos, ao contrário dessa verdade, que o tempo que críamos para sempre perdido teria, afinal, resolvido ficar parado lá atrás, esperando com a paciência de quem dispõe o tempo todo, que déssemos pela falta dele.”

“Era um despropósito, um disparate, preocupar-se com algo que não tem existência na realidade, sim, era certo, nunca tinha pensado nisso antes, de fato, os números não existem na realidade, às coisas é indiferente o número que lhes damos, tanto faz dizermos delas que são o treze ou o quarenta e quatro, o mínimo que se pode concluir é que não tomam conhecimento do lugar em que calhou ficarem. As pessoas não são coisas, as pessoas querem estar sempre nos primeiros lugares, pensou o oleiro, e não só querem estar neles, como querem que se diga e os demais o notem.”

“Saberíamos muito mais das complexidades da vida se nos aplicássemos a estudar com afinco suas contradições em vez de perdermos tanto tempo com as identidades e as coerências, que estas tem obrigação de explicar-se por si mesmas.”

“É enquanto estamos vivos que podemos falar da morte, não depois.”

“A vida é assim, está cheia de palavras que não valem a pena, ou que valeram e já não valem, cada uma que formos dizendo tirará o lugar de outra mais merecedora, que o seria não tanto por si mesma, mas pelas conseqüências de tê-la dito.”

“Duas fraquezas não fazem uma fraqueza maior, fazem uma nova força.”

“Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais dificultosa operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar estrangulamentos, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.”

“Há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir mais além da leitura, ficam pegados à página, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é que importa (...) A não ser que estes tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessoa que lê seja, ela, a sua própria margem, e que seja sua, e apenas sua, a margem a que terá de chegar.”

“Se te espetam uma faca na barriga, ao menos tenham a decência moral de te mostrar uma cara conforme a ação assassina, uma cara que ressumbre ódio e ferocidade, uma cara de furor demente, até mesmo de frieza desumana, mas, por amor de Deus, que não te sorriam enquanto estiverem a rasgar as tripas, que não te desprezem a esse ponto extremo, que não te dêem esperanças falsas, dizendo por exemplo, Não se preocupe, isto não é nada, com meia dúzia de pontos ficará fino como antes...”

“Respondeu que falar-lhe dos pensamentos que tinha seria como chover no molhado, porque ela os conhecia tão bem ou melhor do que ele próprio, não palavra por palavra, claro está, como o registro de um gravador, mas no mais profundo e essencial, e então ela disse que, em sua humilde opinião, a realidade era precisamente ao contrário, que de essencial e profundo nada sabia e que muitas das palavras que lhe ouvira não passavam de cortinas de fumo, circunstância por outro lado nada estranhável porque as palavras, muitas vezes, só para isso servem, mas há pior ainda, que é quando elas se calam de todo e se convertem num muro de silêncio compacto, diante desse muro não sabe uma pessoa o que há de fazer.”

Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago

“Como se acabasse de descobrir algo que estivesse obrigado a saber desde muito antes, murmurou triste, É dessa massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade.”

“O que queria era fingir outra preocupação, o que queria era não ter que abrir os olhos.”

“Com a mão trêmula, a rapariga punha algumas gotas de seu colírio. Assim sempre poderia dizer que não eram lágrimas o que lhe estava escorrendo dos olhos.”

“Se antes de cada ato nosso nos puséssemos a prever todas as conseqüências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nosso ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprova-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.”

“Psicologicamente, mesmo estando um homem cego, temos de reconhecer que há uma grande diferença entre cavar sepulturas à luz do dia e depois de o sol desaparecer.”

“Só num mundo de cegos as coisas serão como verdadeiramente o são.”

“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.”

“As palavras são assim, disfarçam muito, vão-se juntando umas com as outras, parece que não sabem aonde querem ir...”

“E estava imóvel, tenso, como se quisesse reter os pensamentos, ou pelo contrário, impedi-los de continuarem a pensar.”

“A pensar que ainda existia vida no mundo, a perguntar se ainda haveria uma parte dela para si.”

“O difícil não é ter que viver com as pessoas, o difícil é compreende-las.”

“Aqueles seis degraus lá fora vão ser como um precipício, mas enfim, a queda não será grande, o costume de cair endurece o corpo, ter chegado ao chão, por si só, já é um alívio. Daqui não passarei, é o primeiro pensamento, e às vezes, o último, nos casos fatais.”

Angústia - Graciliano Ramos

“Das visões que me perseguiam naquelas noites compridas, umas sombras permanecem, sombras que se misturam à realidade e me produzem calafrios.”

“Quando a realidade me entra pelos olhos, o meu pequeno mundo desaba.”

“Quanto mais me vejo rodeado, mais me isolo e entristeço. Quero recolher-me, afastar-me daqueles estranhos que não compreendo (...) A multidão é hostil e terrível. Raramente percebo qualquer coisa que se relacione comigo.”

“O isolamento em companhia de uma pessoa era mais opressivo que a solidão completa.”

Agatha Christie

“Felizmente partiram no dia seguinte, de modo que minha imaginação pôde trabalhar sem o embaraço de qualquer espécie de conhecimento. ‘A senhora põe pessoas reais em seus livros?’ respondo que para mim é inteiramente impossível escrever sobre qualquer pessoa que eu conheça, ou mesmo com quem tenha conversado, ou de quem apenas tenha ouvido falar! Não sei porque motivo, isso é suficiente para destruí-los completamente. Todavia, posso tomá-los como um manequim e dotá-los de qualidades e idéias concebidas por mim.”

O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago

“O Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um é somente a ausência do outro.”

“Nada começa que não tenha que acabar, tudo o que começa nasce do que acabou.”

“Uma ausência exterior, como se o mundo, de um momento para outro, se tivesse apagado ou posto à distância.”

“O seu pensar não foi assim tão claro, o pensamento, afinal de contas, já por outros, ou o mesmo, foi dito, é como um grosso novelo de fio enrolado sobre si mesmo, frouxo nuns pontos, noutros apertado até a sufocação e ao estrangulamento, está aqui, dentro da cabeça, mas é impossível conhecer-lhe a extensão toda, seria preciso desenrolá-lo, estendê-lo, e finalmente medi-lo, mas isto, por mais que se intente, ou finja intentar, parece que não o pode fazer o próprio sem ajudas, alguém tem que vir um dia dizer por onde se deve cortar o cordão que liga o homem ao seu umbigo, atar o pensamento à sua causa.”

“O espelho e o sonho são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio.”

“Sentindo-se a cada momento prestes a abandonar o mundo, como se estivesse suspensa de um fio delgado que fosse seu último pensamento, um puro pensar sem objetos nem palavras, apenas saber que se está pensando, e não poder saber em quê e para que fim.”

“Cada um de nós é este pouco e este muito, esta bondade e esta maldade, esta paz e esta guerra, revolta e mansidão.”

“Quem és tu, que comigo te pareces, mas a quem não sei reconhecer (...) o certo é que um silêncio como este, quando fixamente olhamos a chama de uma fogueira e calamos, se quisermos traduzi-lo em palavras, não há outras senão aquelas, e dizem tudo.”

“A José quase apetece travar o passo para chegar atrasado aos problemas que o esperam.”

“Deserto é tudo quanto esteja ausente dos homens, ainda que não devamos esquecer que não é raro encontrar desertos e securas mortais em meio de multidões.”

“O filho de José e Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por este mesmo e único motivo.”

“Então, já não chorava, mas seus olhos nunca mais voltarão a estar secos, que este é o choro que não tem remédio, aquele lume contínuo que queima as lágrimas antes que elas possam surgir e rolar pelas faces.”

“Passavam e não acabavam de passar, tal uma serpente de que não vemos nem a cabeça nem o rabo e que ao mover-se é como se não tivesse fim, entra-nos no coração o medo, assim eram aquelas tropas marchando atrás de um morto, mas também em direção à sua própria morte, aquela de cada um, que mesmo quando parece demorar-se sempre acaba por bater-nos à porta, São horas, diz ela, pontual, sem diferença, tanto faz com reis ou com escravos...”

“O dia de amanhã não se sabe a quem pertence, há quem diga que a Deus, é uma hipótese tão boa como a outra, a de não pertencer a ninguém, e tudo isso, ontem, hoje e amanhã, não serem mais do que diferentes nomes da ilusão.”

“Não tens que levar contigo toda a culpa, e, no segredo do seu coração, quiçá ouse perguntar, Quando chegará, Senhor, o dia em que virás a nós para reconheceres os teus erros perante os homens.”

“O carpinteiro levantou os olhos para as três grandes pedras que, lá no alto, juntas como gomos de um fruto, pareciam estar esperando que do céu e da terra lhes chegasse a resposta às perguntas que lhes fazem todos os seres e coisas, apenas por existirem, ainda que não as pronunciem, Por que estou aqui, Que razão conhecida ou ignorada me explica.”

“Branco sangue que é a lágrima.”

“Talvez os homens nasçam com a verdade dentro de si e só não a digam porque não acreditam que ela seja verdade.”

“A ausência é também uma morte, a única e importante diferença é a esperança.”

“Não vejamos sempre, nós homens, as mesmas coisas da mesma maneira, o que aliás, tem se mostrado excelente para a sobrevivência e relativa sanidade mental da espécie.”

“A força da primavera seria nada se o inverno não tivesse dormido.”

“O medo comum é assim, une facilmente as diferenças.”

"A história de Deus não é toda divina."

“É preciso ser-se Deus para gostar tanto de sangue.”

“Sendo Deus, tens de saber tudo, Até um certo ponto, só até certo ponto, Que ponto, O ponto em que começa a ser interessante fazer de conta que ignoro.”

"Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez."

As Intermitências da Morte - José Saramago

“A Igreja, senhor primeiro-ministro, habituou-se de tal maneira às respostas eternas que não posso imaginá-las a dar outras, Ainda que a realidade as contradiga, Desde o princípio que nós não temos feito outra coisa que contradizer a realidade, e aqui estamos.”

“A Igreja nunca se lhe pediu que explicasse, fosse o que fosse, a nossa outra especialidade, além da balística, tem sido neutralizar, pela fé, o espírito curioso.”

“Os delegados das religiões não se deram ao incômodo de protestar. Pelo contrário, um deles, conceituado integrante do setor católico, disse Tem razão senhor filósofo, é para isso mesmo que nós existimos, para que as pessoas levem toda a vida com o medo pendurado ao pescoço e, chegada a sua hora, acolham a morte como uma libertação, O Paraíso, Paraíso ou inferno, ou coisa nenhuma, o que se passa depois da morte importa-nos muito menos que o que geralmente se crê, a religião, senhor filósofo, é um assunto da terra, não tem nada que ver com o céu, Não foi o que nos habituaram a ouvir, Algo teríamos que dizer para tornar atrativa a mercadoria, Isso quer dizer que em realidade não acreditam na vida eterna, Fazemos de conta.”

“É assim a vida, vai dando com uma mão até o dia em que tira tudo com a outra.”

“Cada um de nós tem a sua própria morte, transporta-a consigo num lugar secreto desde que nasceu, ela pertence-te, tu pertence-lhe.”

“Se não voltarmos a morrer não temos futuro.”

“Momentos de fraqueza na vida qualquer um os poderá ter e, se hoje passamos sem eles, tenhamo-los por certos amanhã.”

Graciliano Ramos

“Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de ter feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como outro falso. A palavra foi feita para dizer.”

Memorial do Convento - José Saramago

“Este é o dia de ver, não de olhar, que este pouco é o que fazem os que, olhos tendo, são outra qualidade de cegos.”

“Mas este é um falar dos dentes para fora, que o coração não dá mostras de ter entendido o que ouviu, e se o coração não entendeu, não chega a ser mentira o falar da boca, mas sim ausência”

“Todo homem sabe o que tem, mas não sabe o que isso vale.”

“Deveria isto bastar, dizer de alguém como se chama e esperar o resto da vida para saber quem é, se alguma vez o saberemos, pois ser não é ter sido, ter sido não é será, mas outro é o costume, quem foram seus pais, onde nasceu, que idade tem, e com isso se julga ficar a saber mais, e às vezes tudo.”

“Não há diferença nenhuma entre cem homens e cem formigas, leva-se isso daqui para ali porque as forças não dão para mais, e depois vem outro homem que transportará a carga até a próxima formiga, até que, como de costume, tudo termina num buraco, no caso das formigas lugar de vida, no caso dos homens lugar de morte, como se vê não há diferença nenhuma.”

“Talvez as lágrimas não sejam mais do que isso, o alívio de uma ofensa.”

“Não lhe faz mal nenhum cambalear, para que saiba o quanto vale poder assentar os pés no chão.”

“É o que por aí não falta, loucos varridos em terra que a loucura varreu.”

“Pode a verdade estar na boca das crianças, mas para a dizerem tem de crescer primeiro, então passam a mentir.”

“Mas não pode ler os pensamentos, nem ela a estes entenderia, ver um homem pensando, como em um pensamento só, tão opostas e inimigas verdades, e com isso não perder o juízo, ela se o visse, ele porque tal pensa.”

“Bendita sejas tu, noite, que cobres e proteges o belo e o feio com a mesma indiferente capa.”

“A vida podia ser apenas estar sentado na erva, segurar um malmequer e não lhe arrancar as pétalas, por serem já sabidas as respostas, ou por serem estas de tão pouca importância, que descobri-las não valeria a vida duma flor.”

“Começara a escurecer, mas agora, de nenhuma noite teria medo, se tão negra é a que leva dentro de si.”

Ganhei Coragem - Rubem Alves

"Os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se 'responsáveis' por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas."

“Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo, tornam-se capazes dos atos mais cruéis.”

“O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade.”

A Amizade - Lya Luft

“Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez, estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.”

“Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é amiga (...) Quando a pessoa não é amiga, terminado o alegre e animado programa, vem o silêncio e o vazio – que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incomôdo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade. Com o amigo é diferente. Não é preciso falar, basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.”

O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder

“Não tinha tido a chance de escolher-se a si própria. Não tinha sequer decidido ser uma pessoa”.

“A única coisa de que precisamos para nos tornarmos bons filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas.”

“Sócrates achava impossível alguém ser feliz se agisse contra suas próprias convicções.”

“Sören Kierkegaard também disse que a verdade era ‘subjetiva’. Não no sentido de que é totalmente indiferente o que pensamos ou aquilo em que acreditamos. Kierkegaard só queria dizer que as verdades realmente importantes são pessoais. Somente tais verdades são verdades para mim, são verdades para cada um.”

Caio Fernando Abreu

“Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável. Você compreende, compreende, compreende e compreende cada vez mais, e o que você vai compreendendo é cada vez mais aterrorizante – então você ‘pira’. Para não ter que lidar com o horror.”