O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger

“Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade.”

“Aí pensei na cambada toda me metendo numa droga de cemitério, com meu nome num túmulo e tudo. Cercado de gente morta. Puxa, depois que a gente morre, eles fazem o diabo com a gente. Tomara que quando eu morrer de verdade alguém tenha a feliz idéia de me atirar num rio ou coisa parecida. Tudo, menos me enfiar numa porcaria dum cemitério. Gente vindo todo domingo botar um ramo de flores em cima da barriga do infeliz, e toda essa baboseira. Quem é que quer flores depois de morto? Ninguém.”

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

“– (...) Tratam de Deus tal qual era há centenas de anos, não de Deus como é agora.
– Mas Deus não muda.
– Acontece que os homens mudam."

“Dizem que é o medo da morte, e do que vem depois da morte, que leva os homens a voltar-se para a religião à medida que os anos se acumulam. (...) Sim, voltamo-nos inevitavelmente para Deus, pois esse sentimento religioso é por natureza tão puro, tão delicado para a alma que o experimenta, que compensa todas as nossas outras perdas.”

“– E então o senhor acha que não existe Deus?
– Ao contrário, penso que muito provavelmente ele existe.
– Então por que...?
Mustapha Mond atalhou-o.
– Mas ele se manifesta de modo diferente a homens diferentes. Nos tempos pré-modernos, manifestava-se como o ser descrito nesses livros. Agora...
– Como se manifesta ele agora? – perguntou o Selvagem.
– Bem, ele se manifesta como uma ausência; como se absolutamente não existisse.”

“Como se nós acreditássemos em alguma coisa, seja o que for, por instinto! Cremos nas coisas porque somos condicionados a crer nelas. (...) As pessoas crêem em Deus porque foram condicionadas para crer em Deus.”

“– Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo autêntico, quero a liberdade, quero a bondade, quero o pecado.”

A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

“Eis um pequeno fato: você vai morrer.”

“Não sou violenta, não sou maldosa. Sou um resultado.”

“Uma pequena teoria: as pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.”

“Está aí uma coisa que nunca saberei nem compreenderei: do que os humanos são capazes.”

“Como o ser humano é contraditório. Um punhado de bem, um punhado de mal. É só misturar com água.”

“Em certas situações a gente aceita o que consegue.”

“Havia gente por toda parte, na rua da cidade, mas o forasteiro não poderia sentir-se mais só se ela estivesse deserta.”

“Estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiúra e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas. Mas eles têm uma coisa que eu invejo. Que mais não seja, os humanos têm o bom senso de morrer.”

“Tive vontade de lhe explicar que constantemente superestimo e subestimo a raça humana – que raras vezes simplesmente estimo. Tive vontade de lhe perguntar como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes.”