“Programas de rádio e TV abordando as mais variadas interpretações das escrituras não nos faltam. (...) Aplicando as técnicas cenográficas tão brilhantemente desenvolvidas para os shows do dia a dia mundano, aproveitou-se, é óbvio e decorrente, para criar os respectivos garotos-propaganda, como, por exemplo, uma bispa evangélica bonitona ou um padre caricato que leva milhões de pessoas (e reais) aos seus cultos e, de quebra, garante a audiência de outros tantos milhões em favorecimento do apetite de faturamento de grandes redes de televisão.”
“Sabemos que os deuses e semideuses gregos representam exuberantes alegorias sobre os fenômenos naturais (deus dos oceanos, deusa da agricultura, etc.) ou características humanas (deus do amor, deusa da beleza, etc.). Estes deuses, portanto, só existiam como concepção humana. (...) E o mesmo se deu com todos os outros povos, alguns dos quais conseguiram fazer com que suas mitologias sobrevivessem vigorosas até os dias atuais.”
“Religião, obscurantismo e mito rendem espetáculo, audiência e fortuna. Razão e filosofia não dão nada disso.”
“Veja o caso das infindáveis interpretações dadas a Deus. Em seu nome, pessoas foram salvas e pessoas foram mortas; fez-se a guerra e promoveu-se a paz; fez-se a miséria de muitos e a riqueza de uns poucos. E tudo isso, nunca é demais repetir, em nome de Deus, a entidade suprema, infinita no tempo e no espaço e que, singelamente, poderíamos identificar como a Existência em si mesma. Este mesmo Deus, cuja essência, ao longo dos séculos, vem sendo repetida e indevidamente apropriada por profetas, visionários, bem-intencionados, mal-intencionados, empresários da fé, malucos e vigaristas em geral. E pelos meios de comunicação, no final das contas.”
“Mas, sem o menor medo de errar, posso afirmar que você é o que você entende do mundo que o cerca. Explico: quantas vezes você já se perguntou sobre as razões que o fazem, ou a fazem, entender ou gostar de uma variedade de coisas diferentemente de qualquer outra pessoa? De que modo, no final das contas, você permite que o mundo se comunique com você? Quais portas da sua mente ou do seu coração você deixa abertas às novas experiências e sensações?”
“O antagonismo bem versus mal é indispensável para o êxito desta manipulação ideológica.”
“Muda-se a percepção, muda-se a realidade.”
“Nada contra defender-se idéias, mas tudo contra empurrá-las goela abaixo do alheio.”
“Por reprimir a priori qualquer manifestação espontânea de pensamento que nos pareça de alguma forma estranha, matamos impiedosamente o que poderia vir a ser um raciocínio altamente criativo.”
“Nunca vendemos produtos a quem o consumidor é, mas a quem ele quer ser. (...) A casa mostra quem o consumidor é; o carro, quem ele quer ser.”
“A comunicação é de massa. A massa é unanimidade. E unanimidade é burra.”