Origem - Dan Brown

"Historicamente, os homens mais perigosos da Terra eram os homens de Deus... em especial quando seus deuses eram ameaçados."

"Bom, ciência e religião não competem, são duas linguagens diferentes tentando contar a mesma história. Neste mundo há espaço para as duas."

"Não quero ser desrespeitoso, Winston, mas preciso dizer: frequentemente acho difícil saber quando algo é arte moderna e quando é pura bizarrice."

"– Os que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo – disse Julian, recitando o aforismo decorado no ensino fundamental. 
– Exato. E a história provou repetidamente que os lunáticos ascenderão ao poder de novo e de novo em maremotos de nacionalismo agressivo e intolerância, mesmo em lugares onde isso parece absolutamente incompreensível."

"– Para você, pessoalmente... as leis da física bastam?
Langdon a encarou como se tivesse esperado uma pergunta totalmente diferente.
– Bastam em que sentido?
– Espiritualmente. Basta viver num Universo cujas leis criam a vida espontaneamente? Ou você prefere... Deus? – Ela fez uma pausa, parecendo sem graça. – Desculpe, depois de tudo o que passamos esta noite, sei que é uma pergunta estranha.
– Bom – disse Langdon, rindo. – Acho que eu daria uma resposta melhor depois de uma noite de sono decente. Mas não, não é uma indagação estranha. As pessoas perguntam o tempo todo se eu acredito em Deus.
– E o que você responde? 
– A verdade, Digo que, para mim, a questão de Deus está em entender a diferença entre códigos e padrões.
Ambra o encarou.
– Não sei se entendi.
– Códigos e padrões são coisas bem diferentes. E muitas pessoas confundem as duas. No meu campo de estudos, é crucial entender a diferença fundamental entre elas.
– E qual é?
Langdon parou de andar e se virou para Ambra.
– Um padrão é uma sequência nitidamente organizada. Os padrões acontecem em toda a parte na natureza: a espiral das sementes de um girassol, as células hexagonais de um favo de mel, as ondulações circulares num lago quando um peixe salta, etc.
– Certo. E os códigos?
– Os códigos são especiais. – disse Langdon, aumentando o volume da voz. – Por definição os códigos devem carregar informação. Devem fazer mais do que simplesmente formar um padrão; devem transmitir dados e significado. Alguns exemplos de códigos são a linguagem escrita, a notação musical, as equações matemáticas, a linguagem de computador e até símbolos simples como o crucifixo. Todos esses exemplos podem transmitir significado ou informação de um modo que as espirais dos girassóis não podem.
Ambra captou o conceito, mas não como ele se relacionava com Deus.
– A outra diferença entre códigos e padrões – continuou Langdon – é que os códigos não ocorrem naturalmente no mundo. A notação musical não brota das árvores e os símbolos não se desenham sozinhos na areia. Os códigos são invenção deliberada de consciências inteligentes.
Ambra assentiu.
– Então os códigos sempre têm uma intenção ou uma percepção por trás.
– Exato. Os códigos não aparecem organicamente. Devem ser criados.
Ambra o examinou por um longo momento.
– E o DNA?
Um sorriso professoral apareceu nos lábios de Langdon.
– Bingo – disse ele. O código genético. Esse é o paradoxo.
Ambra sentiu uma empolgação. O código genético obviamente carregava dados, instruções específicas sobre como construir um organismo. Segundo a lógica de Langdon, isso só poderia significar uma coisa. 
– Você acha que o DNA foi criado por uma inteligência!
Langdon levantou a mão fingindo se defender.
– Ei, vamos com calma! – disse rindo. – Você está pisando em terreno perigoso. Só me permita dizer o seguinte. Desde que eu era criança, sempre tive uma sensação profunda de que há uma consciência por trás do Universo. Quando testemunho a precisão da matemática, a confiabilidade da física e as simetrias do cosmo, não me sinto observando a ciência fria. Sinto que estou vendo uma pegada... a sombra de alguma força maior que está fora do nosso alcance.
Ambra podia sentir o poder das palavras dele.
– Eu gostaria que todo mundo pensasse como você – disse finalmente. – Parece que brigamos muito por causa de Deus. Todo mundo tem uma versão diferente da verdade."     

Sonhos Elétricos - Philip K. Dick

"Ele diz que venderam às pessoas tantos carros, máquinas de lavar e televisores quanto podiam. Diz que a Patrulha da Força Aérea e os abrigos de bombas não servem para nada, por isso as pessoas nunca têm acesso a tudo o que poderiam usar. Diz que as fábricas vão continuar produzindo armas e máscaras de gás para sempre e que, enquanto as pessoas tiverem medo, vão continuar pagando, porque pensam que podem morrer se não fizerem isso; que talvez um homem se sinta cansado de pagar por um novo carro todos os anos e pare, mas nunca vai parar de comprar abrigos para proteger seus filhos."

"Essa brincadeira é mais vantajosa do que vender carros e televisores para as pessoas. Nós temos que comprar esse tipo de coisa. Não é um luxo, algo grande e vistoso para impressionar os vizinhos, algo que a gente pudesse viver sem. Se não comprarmos isso, nós morremos. Eles sempre disseram que para vender alguma coisa era preciso criar ansiedade nas pessoas. Criar um sentimento de insegurança, dizer a elas que cheiram mal ou têm um ar esquisito. Mas isso transforma desodorantes e óleos capilares em piada. Você não tem como escapar. Se não comprar, eles tem matam. O discurso de vendas perfeito. Compre ou morra, um novo slogan. Tenha um abrigo de bombas de hidrogênio da General Eletronics novinho em folha em seu quintal ou seja executado."