“O próprio Don Corleone não estava zangado. Aprendera há muito que a sociedade impõe insultos que devem ser suportados, confortados pelo conhecimento de que neste mundo chega o momento em que o mais humilde dos homens, se conservar os olhos abertos, pode vingar-se do mais poderoso. Era este conhecimento que impedia Don Vito de perder a humildade que todos os amigos admiravam nele.”
“Nunca se aborreça – Don Corleone o havia instruído. – Nunca faça uma ameaça. Argumente com as pessoas.”
“Santino, nunca deixe um estranho à Família saber o que você pensa. Nunca deixe alguém saber o que pensa intimamente.”
"Acidentes não acontecem a pessoas que tomam os acidentes como um insulto pessoal."
"Há coisas que precisam ser feitas, que as fazemos e nunca falamos nelas. Não tentemos justificá-las. Não podem ser justificadas. Apenas as fazemos. Depois as esquecemos."
"Mas mesmo então Vito Corleone era um homem tão circunspecto que não se considerou insultado com a ameaça, nem se zangou, nem tampouco recusou uma oferta bastante lucrativa por causa disso. Avaliou a ameaça, achou-a pouco convincente, e o seu conceito dos seus novos parceiros baixou porque eles tinham sido tão estúpidos para usar ameaças onde não havia a menor necessidade. Isso era uma informação útil a ser ponderada no devido tempo."
"Além de repetir amiúde a teoria de que um homem tem apenas um destino, Don Corleone constantemente censurava Sonny pelas suas explosões temperamentais. Don Corleone considerava a utilização de ameaças como a mais tola atitude: o desencadeamento de raiva sem premeditação como a atitude habitual mais perigosa. Ninguém jamais ouvira Don Corleone pronunciar uma simples ameaça, ninguém jamais o vira numa raiva incontrolável. Era inconcebível. E assim ele procurava ensinar a Sonny suas próprias disciplinas. Alegava que não havia maior vantagem natural na vida do que ter um inimigo que sobrestimasse nossos defeitos, a não ser ter um amigo que subestimasse nossas virtudes."
"A que chegará o mundo se todos continuarem a guardar rancor contra a razão?"
"Que espécie de homens somos nós, então, se não temos o nosso próprio raciocínio? – disse ele. – Todos nós não somos melhores do que feras numa selva, se este fosse o caso. Mas temos raciocínio, podemos raciocinar uns com os outros e podemos raciocinar conosco mesmos."
"Não era verdade que às vezes as maiores infelicidades traziam recompensas imprevistas?"
“A gente não pode dizer ‘não’ a pessoas de quem gosta, nem sempre. Este é o segredo. E então quando a gente diz, esse ‘não’ tem que soar como um ‘sim’. Ou a gente tem de fazê-las dizer ‘não’. Você ainda precisa de muito tempo e muito aborrecimento para aprender isso.”