"Universidades ocidentais não ensinam métodos para amadurecer emocionalmente, cultivarmos estados mentais que nos fazem bem, controlar a mente e desenvolver paciência ou mesmo focar em um único objetivo ou numa atividade específica – algo extremamente útil tanto na área profissional quanto na vida pessoal. Em geral, não há sequer aulas introdutórias sobre esses temas. E, obviamente, perdemos muito com isso. Na verdade, estamos acostumados com a bagunça mental que compõe a vida cotidiana, caracterizada por excesso de informações, saltos entre imagens e fragmentos de discurso ou da memória. A concentração em uma linha de pensamento requer esforço deliberado e consciente, é trabalhoso e geralmente tentamos nos esquivar dessa atividade. Preferimos nos distrair com estímulos externos – conversas, jogos, redes sociais e televisão, nos apoiando em recursos eletrônicos na tentativa desesperada de evitar realmente pensar e entrar em contato conosco." (O cérebro de Buda, Revista Mente e Cérebro – Outubro, 2013)
"MeC: Apesar da crescente quantidade de estímulos externos, (como TV e internet), as pessoas estão cada vez mais entediadas. Parece que estamos perdendo a capacidade de encontrar estímulos internos. Por quê?
Zigmunt Bauman: Ao longo de várias décadas, e particularmente nos últimos 30 anos da orgia consumista, temos sidos treinados e forçados a buscar o sentido da vida no entretenimento e prazer. Fomos condicionados a ser intolerantes a todo desconforto e inconveniência em qualquer área da vida ou tarefa que exija determinação, força de vontade, esforço árduo e prontidão para a privação pessoal." (Entrevista Zigmunt Bauman, Revista Mente e Cérebro – Outubro, 2013)