"Uma das coisas que Ford Prefect jamais conseguiu entender em relação
aos seres humanos era seu hábito de afirmar e repetir continuamente o
óbvio mais óbvio, coisas do tipo Está um belo dia, ou Como você é alto,
ou Ah meu Deus, você caiu num poço de dez metros de profundidade, você
está bem?. De início, Ford elaborou uma teoria para explicar esse
estranho comportamento. Se os seres humanos não ficarem constantemente
utilizando seus lábios – pensou ele –, eles grudam e não abrem mais.
Após pensar e observar por alguns meses, abandonou essa teoria em favor
de outra: se eles não ficarem constantemente exercitando seus lábios –
pensou ele –, seus cérebros começam a funcionar. Depois de algum tempo,
abandonou também essa teoria, por acha-la demasiadamente cínica, e
concluiu que, na verdade, gostava muito dos seres humanos. Contudo,
sempre ficava muitíssimo preocupado ao constatar como era imenso o
número de coisas que eles desconheciam."
"É um fato
importante, e conhecido por todos, que as coisas nem sempre são o que
parecem ser. Por exemplo, no Planeta Terra, os homens sempre se
consideraram mais inteligentes que os golfinhos, porque haviam criado
tanta coisa – a roda, Nova York, as guerras, etc. –, enquanto os
golfinhos só sabiam nadar e se divertir. Porém, os golfinhos, por sua
vez, sempre se acharam muito mais inteligentes que os homens –
exatamente pelos mesmos motivos."
"Quando vocês souberem qual é exatamente a pergunta, vocês saberão o que significa a resposta."