“Umas das principais polaridades da vida é a que se refere aos lados
masculino e feminino da natureza humana. Assim como ocorre com a
polaridade do bem e do mal, da vida e da morte, tendemos a sentir
desconforto perante a polaridade masculino/feminino em nós mesmos, razão
pela qual conferimos destaque a um ou outro desses pólos. A sociedade
ocidental favoreceu, tradicionalmente, o lado masculino de preferência
ao feminino. Em vez de reconhecer que a personalidade de cada homem
e de cada mulher é o resultado de uma interação entre elementos
femininos e masculinos, estabeleceu uma ordem estática em que se
pressupõe que todos os homens são masculinos e todas as mulheres
femininas, e conferiu aos homens os papéis principais e a maioria dos
privilégios sociais. Essa atitude deu origem a uma ênfase exagerada nos
aspectos yang – ou masculinos – da natureza humana, isto é, atividade,
pensamento racional, competição, agressividade, etc. Os modos de
consciência yin – ou femininos –, geralmente descritos através de
palavras como intuitivo, religioso, místico, oculto ou psíquico, foram
constantemente suprimidos em nossa sociedade orientada por valores
masculinos.”
“Para os budistas, pois, um ser iluminado é aquele que não resiste
ao fluxo da vida mas permanece em movimento com ele.”
“A vida não é uma coisa ou o estado de uma coisa, mas uma
mudança ou um movimento contínuo.”
“Considero a ciência e o misticismo como manifestações
complementares da mente humana, de suas faculdades racionais e intuitivas. O físico
moderno experimenta o mundo através de uma extrema especialização da mente
racional; o místico, através de uma extrema especialização da mente intuitiva.
As duas abordagens são inteiramente diferentes e envolvem muito mais que uma
determinada visão do mundo físico. Entretanto, são complementares, como
aprendemos a dizer em Física. Nenhuma pode ser compreendida sem a outra;
nenhuma pode ser reduzida à outra. Ambas são necessárias, suplementando-se
mutuamente para uma compreensão mais abrangente do mundo.”
“A ciência não necessita do misticismo e este não necessita
daquela; o homem, contudo, necessita de ambos. A experiência mística é
necessária para a compreensão da natureza mais profunda das coisas, e a ciência
é essencial para a vida moderna. Necessitamos, na verdade, não de uma síntese,
mas de uma interação dinâmica entre a intuição mística e a análise científica.”