“Foi esta a última vez que o senhor olhou uma obra sua e achou que estava bem.”
“Faltam-nos ainda muitas palavras para que comecemos a tentar dizer quem somos e nem sempre daremos com as que melhor o expliquem...”
“Pode ser que a minha verdade seja para ti mentira...”
“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.”
“Sinto que o que me acontece deve ter um significado, um sentido qualquer, sinto que não devo parar a meio do caminho sem descobrir do que se trata...”
"Não sei se fui escolhido, mas algo sei sim, Quê, Que o nosso deus, o criador do céu e da terra, está rematadamente louco."
“Já basta que a mente humana crie e recrie aquilo em que obscuramente acredita.”
Graciliano Ramos
"Só conseguimos deitar no papel os nossos sentimentos, a nossa vida. Arte é sangue, é carne. Além disso não há nada. As nossas personagens são pedaços de nós mesmos, só podemos expor o que somos."
Água Viva - Clarice Lispector
“A palavra é a minha quarta dimensão.”
“Escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio.”
“Inútil querer me classificar. Eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.”
“Vou crescendo com o dia que ao crescer me mata certa vaga esperança e me obriga a olhar cara a cara o duro sol.”
“Nesse âmago tenho a estranha impressão de que não pertenço ao gênero humano.”
“E sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico, fantástico e gigantesco: a vida é sobrenatural. E caminho segurando um guarda-chuva aberto sobre corda tensa. Caminho até o limite do meu sonho grande. Vejo a fúria dos impulsos viscerais: vísceras torturadas me guiam. Não gosto do que acabo de escrever – mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu.”
“E eu tinha resolvido que ia dormir para poder sonhar, estava com saudade das novidades do sonho.”
“Sou uma iniciada sem seita. Ávida do mistério.”
“Ocorreu-me de repente que não é preciso ter ordem para viver. Não há padrão a seguir nem há o próprio padrão: nasço.”
“Quanto à música, depois de tocada, para onde ela vai? Música só tem de concreto o instrumento. Bem atrás do pensamento tenho um fundo musical. Mas ainda mais atrás há o coração batendo. Assim o mais profundo pensamento é um coração batendo.”
“Lembrar-se com saudade é como se despedir de novo.”
“Escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio.”
“Inútil querer me classificar. Eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.”
“Vou crescendo com o dia que ao crescer me mata certa vaga esperança e me obriga a olhar cara a cara o duro sol.”
“Nesse âmago tenho a estranha impressão de que não pertenço ao gênero humano.”
“E sou assombrada pelos meus fantasmas, pelo que é mítico, fantástico e gigantesco: a vida é sobrenatural. E caminho segurando um guarda-chuva aberto sobre corda tensa. Caminho até o limite do meu sonho grande. Vejo a fúria dos impulsos viscerais: vísceras torturadas me guiam. Não gosto do que acabo de escrever – mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu.”
“E eu tinha resolvido que ia dormir para poder sonhar, estava com saudade das novidades do sonho.”
“Sou uma iniciada sem seita. Ávida do mistério.”
“Ocorreu-me de repente que não é preciso ter ordem para viver. Não há padrão a seguir nem há o próprio padrão: nasço.”
“Quanto à música, depois de tocada, para onde ela vai? Música só tem de concreto o instrumento. Bem atrás do pensamento tenho um fundo musical. Mas ainda mais atrás há o coração batendo. Assim o mais profundo pensamento é um coração batendo.”
“Lembrar-se com saudade é como se despedir de novo.”
Onde andará Dulce Veiga? - Caio Fernando Abreu
“Pense nesse milagre, homem. Singelo, quase insignificante na sua simplicidade, o pequeno milagre capaz de trazer alguma paz àquela série de solavancos sem rumo nem ritmo que eu, com certa complacência e nenhuma originalidade, estava habituado a chamar de minha vida...”
“Eu sorri. Quer dizer, contraí os músculos da face para mostrar os dentes.”
“Seria tão perfeito se fosse exatamente assim como penso que lembro, tantos anos depois, que ficou como se tivesse sido.”
“Parecia pior, parecia real.”
“Queria o real, um real sem nada por trás além dele mesmo. Apenas mais fundo, mais indisfarçável, sem nenhum sentido outro que não aquele que se pudesse ver, tocar e cheirar como os cheiros, mesmo nauseantes, mas verdadeiros, dos corredores do edifício. Eu estava farto do invisível.”
“As duas mãos postas sobre o teclado, naquela atitude que guarda um pouco de oração silenciosa e muito de loucura mansa, ao querer desesperadamente dar forma através de palavras a algo que só existe, sem face nem nome, nessa região longínqua do cérebro onde a fantasia cruza com a memória e a intuição cega.”
“Canto porque cantar me dá um sentido. Mas penso sempre que cantar é inútil. Não quero nenhuma das coisas que o canto poderia me dar. Quero encontrar outra coisa. Outra coisa que nem sei o nome, maior que eu mesma ou que qualquer canção. Gostaria de desaparecer um dia.”
“Não quero lembrar. Faz mal lembrar das coisas que foram e não voltam. No começo fiquei com raiva, achei que ela não pensou em mais ninguém quando desapareceu. Só nela mesma. Mas a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros. Ela queria outra coisa”
“A vida não é apagável, pensei. Nem volta atrás. Ainda não construíram a máquina do tempo. Ninguém virá em meu socorro. Faz tanto tempo que invento meus próprios dias. Preciso começar por algum ponto.”
“– Você lembra de mim? – perguntei.
– Claro que lembro. Você esteve no meu apartamento em São Paulo, há muitos anos.
– Eu mudei muito, como você lembra?
– Eu mudei também, quem sabe por isso lembro.”
“São tudo histórias, menino. A história que está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que quiser. Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo. Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate. Um bom combate, o melhor de todos, o único que vale a pena. O resto é engano, meu filho, é perdição.”
“Eu sorri. Quer dizer, contraí os músculos da face para mostrar os dentes.”
“Seria tão perfeito se fosse exatamente assim como penso que lembro, tantos anos depois, que ficou como se tivesse sido.”
“Parecia pior, parecia real.”
“Queria o real, um real sem nada por trás além dele mesmo. Apenas mais fundo, mais indisfarçável, sem nenhum sentido outro que não aquele que se pudesse ver, tocar e cheirar como os cheiros, mesmo nauseantes, mas verdadeiros, dos corredores do edifício. Eu estava farto do invisível.”
“As duas mãos postas sobre o teclado, naquela atitude que guarda um pouco de oração silenciosa e muito de loucura mansa, ao querer desesperadamente dar forma através de palavras a algo que só existe, sem face nem nome, nessa região longínqua do cérebro onde a fantasia cruza com a memória e a intuição cega.”
“Canto porque cantar me dá um sentido. Mas penso sempre que cantar é inútil. Não quero nenhuma das coisas que o canto poderia me dar. Quero encontrar outra coisa. Outra coisa que nem sei o nome, maior que eu mesma ou que qualquer canção. Gostaria de desaparecer um dia.”
“Não quero lembrar. Faz mal lembrar das coisas que foram e não voltam. No começo fiquei com raiva, achei que ela não pensou em mais ninguém quando desapareceu. Só nela mesma. Mas a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros. Ela queria outra coisa”
“A vida não é apagável, pensei. Nem volta atrás. Ainda não construíram a máquina do tempo. Ninguém virá em meu socorro. Faz tanto tempo que invento meus próprios dias. Preciso começar por algum ponto.”
“– Você lembra de mim? – perguntei.
– Claro que lembro. Você esteve no meu apartamento em São Paulo, há muitos anos.
– Eu mudei muito, como você lembra?
– Eu mudei também, quem sabe por isso lembro.”
“São tudo histórias, menino. A história que está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que quiser. Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo. Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate. Um bom combate, o melhor de todos, o único que vale a pena. O resto é engano, meu filho, é perdição.”
Novas Comédias da Vida Privada - Luis Fernando Verissimo
"– Einstein! – exclamou Deus quando o avistou.
– Todo-Poderoso! – Exclamou Einstein, já que estavam usando sobrenome. E continuou: – Você está muito bem para uma projeção antropomórfica da compulsão monoteísta judaico-cristã.
– Obrigado. Você também está ótimo."
"Na margem direita, um lobo e um cordeiro conversando. Da margem esquerda, João Guimarães Rosa contempla a terceira margem. O bebê flutuando dentro da cesta é Moisés. (...) Aquela cena vocês certamente vocês vão querer fotografar, João Batista batizando Jesus. (...) O rio é sempre o mesmo e nunca é o mesmo. A água que purifica é a mesma que recebe o esgoto ácido. A água que mata a sede é a mesma que afoga, a que passa e não passa."
– Todo-Poderoso! – Exclamou Einstein, já que estavam usando sobrenome. E continuou: – Você está muito bem para uma projeção antropomórfica da compulsão monoteísta judaico-cristã.
– Obrigado. Você também está ótimo."
"Na margem direita, um lobo e um cordeiro conversando. Da margem esquerda, João Guimarães Rosa contempla a terceira margem. O bebê flutuando dentro da cesta é Moisés. (...) Aquela cena vocês certamente vocês vão querer fotografar, João Batista batizando Jesus. (...) O rio é sempre o mesmo e nunca é o mesmo. A água que purifica é a mesma que recebe o esgoto ácido. A água que mata a sede é a mesma que afoga, a que passa e não passa."
A Máquina do Tempo - H. G. Wells
"Estamos saindo a cada instante do momento presente. Nossa existência mental, que é imaterial e não tem dimensões, desloca-se ao longo da Dimensão-Tempo com uma velocidade uniforme, do berço ao túmulo. Da mesma forma que viajaríamos para baixo se começássemos nossa existência cinqüenta milhas acima da superfície da terra."
"Você está equivocado ao dizer que não podemos deslocarmos livremente no tempo. Por exemplo, ao me lembrar vividamente de um incidente, volto ao momento em que ele ocorreu. Estou com o espírito ausente, como se costuma dizer. Dou um salto ao passado. Naturalmente, não temos condição alguma de permanecer no passado por qualquer extensão de tempo, assim como um selvagem ou um quadrúpede não pode permanecer no ar dois metros acima do solo. Mas o homem civilizado dispõe de muito mais recursos que o selvagem, e pode desafiar as leis da gravitação num balão. E por que não pode ele esperar que um dia, finalmente, consiga parar ou acelerar seu curso ao longo da Dimensão-Tempo, ou mesmo virar-se e viajar na outra direção?"
"O vigor é um produto da necessidade; a segurança é um convite ao enfraquecimento."
"É inútil ficar sentado em meio a todas essas coisas desconhecidas, tentando resolver um enigma. Você acabará monomaníaco. Encare este mundo. Aprenda-lhe os costumes, observe-o, não tire conclusões apressadas. No fim você acabará encontrando todas as respostas."
"É uma lei natural, por nós menosprezada, que a versatilidade intelectual é a compensação para mudanças, os perigos e as dificuldades. Um animal em perfeita harmonia com seu meio torna-se uma perfeita máquina. A natureza nunca recorre à inteligência, a menos que o hábito e o instinto sejam insuficientes. Não há inteligência onde não há mudanças nem necessidade de mudanças. Só desenvolvem a inteligência aqueles animais que tem que enfrentar uma enorme gama de perigos e necessidades."
"Você está equivocado ao dizer que não podemos deslocarmos livremente no tempo. Por exemplo, ao me lembrar vividamente de um incidente, volto ao momento em que ele ocorreu. Estou com o espírito ausente, como se costuma dizer. Dou um salto ao passado. Naturalmente, não temos condição alguma de permanecer no passado por qualquer extensão de tempo, assim como um selvagem ou um quadrúpede não pode permanecer no ar dois metros acima do solo. Mas o homem civilizado dispõe de muito mais recursos que o selvagem, e pode desafiar as leis da gravitação num balão. E por que não pode ele esperar que um dia, finalmente, consiga parar ou acelerar seu curso ao longo da Dimensão-Tempo, ou mesmo virar-se e viajar na outra direção?"
"O vigor é um produto da necessidade; a segurança é um convite ao enfraquecimento."
"É inútil ficar sentado em meio a todas essas coisas desconhecidas, tentando resolver um enigma. Você acabará monomaníaco. Encare este mundo. Aprenda-lhe os costumes, observe-o, não tire conclusões apressadas. No fim você acabará encontrando todas as respostas."
"É uma lei natural, por nós menosprezada, que a versatilidade intelectual é a compensação para mudanças, os perigos e as dificuldades. Um animal em perfeita harmonia com seu meio torna-se uma perfeita máquina. A natureza nunca recorre à inteligência, a menos que o hábito e o instinto sejam insuficientes. Não há inteligência onde não há mudanças nem necessidade de mudanças. Só desenvolvem a inteligência aqueles animais que tem que enfrentar uma enorme gama de perigos e necessidades."
Ensaio Sobre a Lucidez - José Saramago
"Os humanos são universalmente conhecidos como os únicos animais capazes de mentir, sendo certo que se às vezes o fazem por medo, e às vezes por interesse, também às vezes o fazem porque perceberam a tempo que essa era a única maneira ao seu alcance de defenderem a verdade.”
"Talvez, antes de ti, o teu corpo saiba já que vão te matar."
"A isto pode ser reduzida a tão badalada suprema dignidade da pessoa humana, afinal tanto como um papel molhado."
"Em toda a verdade humana há sempre algo de angustioso, de aflito, nós somos, e não estou a referir-me simplesmente à fragilidade da vida, somos uma pequena e trêmula chama que a cada instante ameaça apagar-se, e temos medo, acima de tudo temos medo."
"Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos..."
"Sentiu a nostalgia da capital, do tempo feliz em que os votos eram obedientes ao mando, do monótono passar das horas e dos dias entre a pequeno-burguesa residência oficial dos chefes de governo e o parlamento da nação, das agitadas e não raras vezes joviais crises políticas que eram como fogachos de duração prevista e intensidade vigiada, quase sempre a fazer de conta, e com as quais se aprendia, não só a não dizer a verdade como fazê-la coincidir, ponto por ponto, quando fosse útil, com a mentira, da mesma maneira que o avesso, com toda a naturalidade é o outro lado do direito."
"O incompreensível pode ser desprezado, mas nunca o será se houver maneira de o usarem como pretexto."
"Que monstruosas coisas é capaz de gerar o cérebro..."
"As verdades há que repeti-las muitas vezes para que não venham, pobres delas, a cair no esquecimento."
"O cão tinha se aproximado quase a tocar com o focinho os joelhos do comissário. Olhava para ele e os seus olhos diziam, Não te faço mal, não tenhas medo, ela também não o teve naquele dia. Então o comissário estendeu a mão devagar e tocou-lhe na cabeça. Apetecia-lhe chorar, deixar que as lágrimas lhe escorregassem pela cara abaixo, talvez o prodígio se repetisse. A mulher do médico guardou o livro na bolsa e disse, Vamos, Aonde, perguntou o comissário, Almoçará conosco se não tem nada mais importante que fazer, Tem a certeza, De quê, De querer sentar-me à sua mesa, Sim, tenho a certeza, E não tem medo de que eu esteja a enganá-la, Com essas lágrimas nos olhos, não."
"Aprendi neste ofício que os que mandam não só não se detêm diante do que nós chamamos absurdos, como se servem deles para entorpecer as consciências e aniquilar a razão."
"Nascemos, e nesse momento é como se tivéssemos firmado um pacto para toda a vida, mas o dia pode chegar em que nos perguntemos Quem assinou isto por mim."
"Há que ter o máximo de cuidado com aquilo que se julga saber, porque por detrás se encontra escondida uma cadeia interminável de incógnitas, a última das quais, provavelmente, não terá solução."
"Talvez, antes de ti, o teu corpo saiba já que vão te matar."
"A isto pode ser reduzida a tão badalada suprema dignidade da pessoa humana, afinal tanto como um papel molhado."
"Em toda a verdade humana há sempre algo de angustioso, de aflito, nós somos, e não estou a referir-me simplesmente à fragilidade da vida, somos uma pequena e trêmula chama que a cada instante ameaça apagar-se, e temos medo, acima de tudo temos medo."
"Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos..."
"Sentiu a nostalgia da capital, do tempo feliz em que os votos eram obedientes ao mando, do monótono passar das horas e dos dias entre a pequeno-burguesa residência oficial dos chefes de governo e o parlamento da nação, das agitadas e não raras vezes joviais crises políticas que eram como fogachos de duração prevista e intensidade vigiada, quase sempre a fazer de conta, e com as quais se aprendia, não só a não dizer a verdade como fazê-la coincidir, ponto por ponto, quando fosse útil, com a mentira, da mesma maneira que o avesso, com toda a naturalidade é o outro lado do direito."
"O incompreensível pode ser desprezado, mas nunca o será se houver maneira de o usarem como pretexto."
"Que monstruosas coisas é capaz de gerar o cérebro..."
"As verdades há que repeti-las muitas vezes para que não venham, pobres delas, a cair no esquecimento."
"O cão tinha se aproximado quase a tocar com o focinho os joelhos do comissário. Olhava para ele e os seus olhos diziam, Não te faço mal, não tenhas medo, ela também não o teve naquele dia. Então o comissário estendeu a mão devagar e tocou-lhe na cabeça. Apetecia-lhe chorar, deixar que as lágrimas lhe escorregassem pela cara abaixo, talvez o prodígio se repetisse. A mulher do médico guardou o livro na bolsa e disse, Vamos, Aonde, perguntou o comissário, Almoçará conosco se não tem nada mais importante que fazer, Tem a certeza, De quê, De querer sentar-me à sua mesa, Sim, tenho a certeza, E não tem medo de que eu esteja a enganá-la, Com essas lágrimas nos olhos, não."
"Aprendi neste ofício que os que mandam não só não se detêm diante do que nós chamamos absurdos, como se servem deles para entorpecer as consciências e aniquilar a razão."
"Nascemos, e nesse momento é como se tivéssemos firmado um pacto para toda a vida, mas o dia pode chegar em que nos perguntemos Quem assinou isto por mim."
"Há que ter o máximo de cuidado com aquilo que se julga saber, porque por detrás se encontra escondida uma cadeia interminável de incógnitas, a última das quais, provavelmente, não terá solução."
Deus é Inocente - Zeca Martins
“Programas de rádio e TV abordando as mais variadas interpretações das escrituras não nos faltam. (...) Aplicando as técnicas cenográficas tão brilhantemente desenvolvidas para os shows do dia a dia mundano, aproveitou-se, é óbvio e decorrente, para criar os respectivos garotos-propaganda, como, por exemplo, uma bispa evangélica bonitona ou um padre caricato que leva milhões de pessoas (e reais) aos seus cultos e, de quebra, garante a audiência de outros tantos milhões em favorecimento do apetite de faturamento de grandes redes de televisão.”
“Sabemos que os deuses e semideuses gregos representam exuberantes alegorias sobre os fenômenos naturais (deus dos oceanos, deusa da agricultura, etc.) ou características humanas (deus do amor, deusa da beleza, etc.). Estes deuses, portanto, só existiam como concepção humana. (...) E o mesmo se deu com todos os outros povos, alguns dos quais conseguiram fazer com que suas mitologias sobrevivessem vigorosas até os dias atuais.”
“Religião, obscurantismo e mito rendem espetáculo, audiência e fortuna. Razão e filosofia não dão nada disso.”
“Veja o caso das infindáveis interpretações dadas a Deus. Em seu nome, pessoas foram salvas e pessoas foram mortas; fez-se a guerra e promoveu-se a paz; fez-se a miséria de muitos e a riqueza de uns poucos. E tudo isso, nunca é demais repetir, em nome de Deus, a entidade suprema, infinita no tempo e no espaço e que, singelamente, poderíamos identificar como a Existência em si mesma. Este mesmo Deus, cuja essência, ao longo dos séculos, vem sendo repetida e indevidamente apropriada por profetas, visionários, bem-intencionados, mal-intencionados, empresários da fé, malucos e vigaristas em geral. E pelos meios de comunicação, no final das contas.”
“Mas, sem o menor medo de errar, posso afirmar que você é o que você entende do mundo que o cerca. Explico: quantas vezes você já se perguntou sobre as razões que o fazem, ou a fazem, entender ou gostar de uma variedade de coisas diferentemente de qualquer outra pessoa? De que modo, no final das contas, você permite que o mundo se comunique com você? Quais portas da sua mente ou do seu coração você deixa abertas às novas experiências e sensações?”
“O antagonismo bem versus mal é indispensável para o êxito desta manipulação ideológica.”
“Muda-se a percepção, muda-se a realidade.”
“Nada contra defender-se idéias, mas tudo contra empurrá-las goela abaixo do alheio.”
“Por reprimir a priori qualquer manifestação espontânea de pensamento que nos pareça de alguma forma estranha, matamos impiedosamente o que poderia vir a ser um raciocínio altamente criativo.”
“Nunca vendemos produtos a quem o consumidor é, mas a quem ele quer ser. (...) A casa mostra quem o consumidor é; o carro, quem ele quer ser.”
“A comunicação é de massa. A massa é unanimidade. E unanimidade é burra.”
“Sabemos que os deuses e semideuses gregos representam exuberantes alegorias sobre os fenômenos naturais (deus dos oceanos, deusa da agricultura, etc.) ou características humanas (deus do amor, deusa da beleza, etc.). Estes deuses, portanto, só existiam como concepção humana. (...) E o mesmo se deu com todos os outros povos, alguns dos quais conseguiram fazer com que suas mitologias sobrevivessem vigorosas até os dias atuais.”
“Religião, obscurantismo e mito rendem espetáculo, audiência e fortuna. Razão e filosofia não dão nada disso.”
“Veja o caso das infindáveis interpretações dadas a Deus. Em seu nome, pessoas foram salvas e pessoas foram mortas; fez-se a guerra e promoveu-se a paz; fez-se a miséria de muitos e a riqueza de uns poucos. E tudo isso, nunca é demais repetir, em nome de Deus, a entidade suprema, infinita no tempo e no espaço e que, singelamente, poderíamos identificar como a Existência em si mesma. Este mesmo Deus, cuja essência, ao longo dos séculos, vem sendo repetida e indevidamente apropriada por profetas, visionários, bem-intencionados, mal-intencionados, empresários da fé, malucos e vigaristas em geral. E pelos meios de comunicação, no final das contas.”
“Mas, sem o menor medo de errar, posso afirmar que você é o que você entende do mundo que o cerca. Explico: quantas vezes você já se perguntou sobre as razões que o fazem, ou a fazem, entender ou gostar de uma variedade de coisas diferentemente de qualquer outra pessoa? De que modo, no final das contas, você permite que o mundo se comunique com você? Quais portas da sua mente ou do seu coração você deixa abertas às novas experiências e sensações?”
“O antagonismo bem versus mal é indispensável para o êxito desta manipulação ideológica.”
“Muda-se a percepção, muda-se a realidade.”
“Nada contra defender-se idéias, mas tudo contra empurrá-las goela abaixo do alheio.”
“Por reprimir a priori qualquer manifestação espontânea de pensamento que nos pareça de alguma forma estranha, matamos impiedosamente o que poderia vir a ser um raciocínio altamente criativo.”
“Nunca vendemos produtos a quem o consumidor é, mas a quem ele quer ser. (...) A casa mostra quem o consumidor é; o carro, quem ele quer ser.”
“A comunicação é de massa. A massa é unanimidade. E unanimidade é burra.”
As Opiniões e as Crenças - Gustave Le Bon
"Os homens são quase sempre levados a crer, não pela prova, mas pelo agrado."
"A necessidade de crer constitui um elemento psicológico tão irredutível quanto o prazer ou a dor. A alma humana tem aversão à duvida e à incerteza."
"Não é o pensamento, mas a sensibilidade, que nos revela nosso verdadeiro ‘eu’."
"Desde que os assuntos sobre os quais se quer raciocinar caem no campo da crença, a reflexão perde o seu poder crítico.”
"Para mover, cumpre comover."
"Nem sempre acreditamos na mentira alheia, mas facilmente damos crédito às nossas próprias."
"Uma lógica afetiva demasiada leva a ceder sem reflexão a impulsos frequentemente funestos. Uma lógica mística excessiva suscita as exigências religiosas, dominadas pela preocupação egoísta da sua salvação, e sem utilidade social. Uma lógica coletiva exagerada promove a predominância dos elementos inferiores de um povo e o conduz à barbárie. Uma lógica racional em demasia provoca a dúvida e a inação."
"A força dos fanáticos reside precisamente na rigorosa obediência ao seu ideal perigoso."
"O interesse possui, como a paixão, o poder de transformar em verdade aquilo em que lhe é útil acreditar."
"Sendo lenta e penosa a elaboração de um julgamento, o homem se contenta, em geral, com as primeiras impressões, isto é, com as sugestões da simples intuição. (...) Abandonar-se a elas sem exame, como muitas vezes se procede, é atravessar a vida na persuasão de um erro. Elas só têm, efetivamente, por sustentáculo simpatias e antipatias instintivas que nenhuma razão ilumina. É, entretanto, sobre bases tão frágeis que, às mais das vezes, se edificam as nossas concepções do justo e do injusto, do bem e do mal, da verdade e do erro."
"Tão irredutível quanto a necessidade de crer, a necessidade de explicações acompanha o homem desde o berço até ao túmulo. Ela contribuiu para criar os seus deuses e diariamente determina a gênese de numerosas opiniões. Essa necessidade intensa facilmente se satisfaz. As respostas mais rudimentares são suficientes. (...) Sempre ávido de certezas definitivas, o espírito humano guarda muito tempo as opiniões falsas fundadas na necessidade de explicações e considera como inimigos do seu repouso aqueles que as combatem. O principal inconveniente das opiniões baseadas em explicações errôneas é que, admitindo-as como definitivas, o homem não procura outras. Supor que se conhece a razão das coisas é um meio seguro de não a descobrir. A ignorância da nossa ignorância tem retardado de longos séculos os progressos das ciências e ainda, aliás, os restringe. A sede de explicações é tal que sempre foi achada alguma para os fenômenos menos compreensíveis. O espírito tem mais satisfação em admitir que Júpiter lança o raio do que em se confessar ignorante em relação às causas que o fazem rebentar."
"Suficientemente repetida, a afirmação acaba por criar, primeiramente, uma opinião e, mais tarde, uma crença. A repetição é o complemento necessário da afirmação."
"A moda não conhece revoltadas; só a extrema pobreza lhe recusa escravas. Nenhum dos deuses do passado foi mais respeitosamente obedecido."
"Uma opinião qualquer universalmente aceita constituirá sempre, para a multidão, uma verdade."
"Os elementos constitutivos da nossa existência pertencem, como sabemos, a três grupos: vida orgânica, vida afetiva, vida intelectual. A necessidade de crer alia-se à vida afetiva. Tão irredutível quanto a fome ou o amor ela é, freqüentemente, tão imperiosa. Constituindo uma invencível necessidade da nossa natureza afetiva, a crença não pode, e nisso é como um sentimento qualquer, ser voluntária e racional. A inteligência não a forma nem a governa.'
"Um dos mais constantes caracteres gerais das crenças é a sua intolerância. Ela é tanto mais intransigente quanto mais forte é a crença. Os homens dominados por uma certeza não podem tolerar aqueles que não a aceitam."
"O nosso máximo esforço de independência consiste em opor, por vezes, um pouco de resistência às sugestões ambientes. A grande massa nenhuma resistência opõe e segue as crenças, as opiniões e os preconceitos do seu grupo. Ela lhe obedece sem ter mais consciência do que a folha seca arrastada pelo vento."
"Uma crença é um ato de fé que não exige provas e, aliás, não é, as mais das vezes, verificável por nenhuma. Se a fé se impusesse somente por argumentos racionais, poucas crenças se teriam podido formar no decurso dos séculos. (...) A sugestão e o contágio mental pelos quais se propagam as crenças são independentes da razão."
"Se as crenças fossem acessíveis à influência da razão, teríamos visto desaparecer, há muito tempo, todas as que são absurdas."
"A razão pode provocar o desejo de crer, nunca terá, porém, a força de fazer crer."
"Confinado num deserto, privado de qualquer símbolo, o crente mais convicto veria rapidamente declinar a sua fé. Se, entretanto, anacoretas e missionários a conservam, é porque incessantemente relêem os seus livros religiosos e, sobretudo, se sujeitam a uma multidão de ritos e de preces. A obrigação para o padre de recitar diariamente o seu breviário foi imaginada pelos psicólogos que conheciam bem a virtude sugestiva da repetição. Nenhuma fé é durável se dela se eliminam os elementos fixos que lhe servem de apoio. Um Deus sem tempestades, sem imagens, sem estátuas, perderia logo os seus adoradores."
"As religiões realmente monoteístas só existiram nos livros. O cristianismo, por exemplo, logo anexou legiões de anjos, santos e demônios, que correspondem exatamente às divindades secundárias do mundo antigo e são venerados ou temidos como aquelas. Essa multiplicidade de deuses secundários nas crenças monoteístas e a divisão rápida destas últimas em seitas mostram claramente que o monoteísmo é um conceito teórico, que não satisfaz às nossas necessidades afetivas e místicas."
"Os povos de todas as raças adoraram, sob nomes diversos, uma única divindade: a esperança."
"Enquanto a ciência não revela as imutáveis verdades, ocultas talvez sob as aparências das coisas, cumpre que nos contentemos com as certezas acessíveis ao nosso espírito."
"A necessidade de crer constitui um elemento psicológico tão irredutível quanto o prazer ou a dor. A alma humana tem aversão à duvida e à incerteza."
"Não é o pensamento, mas a sensibilidade, que nos revela nosso verdadeiro ‘eu’."
"Desde que os assuntos sobre os quais se quer raciocinar caem no campo da crença, a reflexão perde o seu poder crítico.”
"Para mover, cumpre comover."
"Nem sempre acreditamos na mentira alheia, mas facilmente damos crédito às nossas próprias."
"Uma lógica afetiva demasiada leva a ceder sem reflexão a impulsos frequentemente funestos. Uma lógica mística excessiva suscita as exigências religiosas, dominadas pela preocupação egoísta da sua salvação, e sem utilidade social. Uma lógica coletiva exagerada promove a predominância dos elementos inferiores de um povo e o conduz à barbárie. Uma lógica racional em demasia provoca a dúvida e a inação."
"A força dos fanáticos reside precisamente na rigorosa obediência ao seu ideal perigoso."
"O interesse possui, como a paixão, o poder de transformar em verdade aquilo em que lhe é útil acreditar."
"Sendo lenta e penosa a elaboração de um julgamento, o homem se contenta, em geral, com as primeiras impressões, isto é, com as sugestões da simples intuição. (...) Abandonar-se a elas sem exame, como muitas vezes se procede, é atravessar a vida na persuasão de um erro. Elas só têm, efetivamente, por sustentáculo simpatias e antipatias instintivas que nenhuma razão ilumina. É, entretanto, sobre bases tão frágeis que, às mais das vezes, se edificam as nossas concepções do justo e do injusto, do bem e do mal, da verdade e do erro."
"Tão irredutível quanto a necessidade de crer, a necessidade de explicações acompanha o homem desde o berço até ao túmulo. Ela contribuiu para criar os seus deuses e diariamente determina a gênese de numerosas opiniões. Essa necessidade intensa facilmente se satisfaz. As respostas mais rudimentares são suficientes. (...) Sempre ávido de certezas definitivas, o espírito humano guarda muito tempo as opiniões falsas fundadas na necessidade de explicações e considera como inimigos do seu repouso aqueles que as combatem. O principal inconveniente das opiniões baseadas em explicações errôneas é que, admitindo-as como definitivas, o homem não procura outras. Supor que se conhece a razão das coisas é um meio seguro de não a descobrir. A ignorância da nossa ignorância tem retardado de longos séculos os progressos das ciências e ainda, aliás, os restringe. A sede de explicações é tal que sempre foi achada alguma para os fenômenos menos compreensíveis. O espírito tem mais satisfação em admitir que Júpiter lança o raio do que em se confessar ignorante em relação às causas que o fazem rebentar."
"Suficientemente repetida, a afirmação acaba por criar, primeiramente, uma opinião e, mais tarde, uma crença. A repetição é o complemento necessário da afirmação."
"A moda não conhece revoltadas; só a extrema pobreza lhe recusa escravas. Nenhum dos deuses do passado foi mais respeitosamente obedecido."
"Uma opinião qualquer universalmente aceita constituirá sempre, para a multidão, uma verdade."
"Os elementos constitutivos da nossa existência pertencem, como sabemos, a três grupos: vida orgânica, vida afetiva, vida intelectual. A necessidade de crer alia-se à vida afetiva. Tão irredutível quanto a fome ou o amor ela é, freqüentemente, tão imperiosa. Constituindo uma invencível necessidade da nossa natureza afetiva, a crença não pode, e nisso é como um sentimento qualquer, ser voluntária e racional. A inteligência não a forma nem a governa.'
"Um dos mais constantes caracteres gerais das crenças é a sua intolerância. Ela é tanto mais intransigente quanto mais forte é a crença. Os homens dominados por uma certeza não podem tolerar aqueles que não a aceitam."
"O nosso máximo esforço de independência consiste em opor, por vezes, um pouco de resistência às sugestões ambientes. A grande massa nenhuma resistência opõe e segue as crenças, as opiniões e os preconceitos do seu grupo. Ela lhe obedece sem ter mais consciência do que a folha seca arrastada pelo vento."
"Uma crença é um ato de fé que não exige provas e, aliás, não é, as mais das vezes, verificável por nenhuma. Se a fé se impusesse somente por argumentos racionais, poucas crenças se teriam podido formar no decurso dos séculos. (...) A sugestão e o contágio mental pelos quais se propagam as crenças são independentes da razão."
"Se as crenças fossem acessíveis à influência da razão, teríamos visto desaparecer, há muito tempo, todas as que são absurdas."
"A razão pode provocar o desejo de crer, nunca terá, porém, a força de fazer crer."
"Confinado num deserto, privado de qualquer símbolo, o crente mais convicto veria rapidamente declinar a sua fé. Se, entretanto, anacoretas e missionários a conservam, é porque incessantemente relêem os seus livros religiosos e, sobretudo, se sujeitam a uma multidão de ritos e de preces. A obrigação para o padre de recitar diariamente o seu breviário foi imaginada pelos psicólogos que conheciam bem a virtude sugestiva da repetição. Nenhuma fé é durável se dela se eliminam os elementos fixos que lhe servem de apoio. Um Deus sem tempestades, sem imagens, sem estátuas, perderia logo os seus adoradores."
"As religiões realmente monoteístas só existiram nos livros. O cristianismo, por exemplo, logo anexou legiões de anjos, santos e demônios, que correspondem exatamente às divindades secundárias do mundo antigo e são venerados ou temidos como aquelas. Essa multiplicidade de deuses secundários nas crenças monoteístas e a divisão rápida destas últimas em seitas mostram claramente que o monoteísmo é um conceito teórico, que não satisfaz às nossas necessidades afetivas e místicas."
"Os povos de todas as raças adoraram, sob nomes diversos, uma única divindade: a esperança."
"Enquanto a ciência não revela as imutáveis verdades, ocultas talvez sob as aparências das coisas, cumpre que nos contentemos com as certezas acessíveis ao nosso espírito."
A Jangada de Pedra - José Saramago
"Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira..."
"Os olhos olham, e por verem tão pouco, procuram o que deve estar faltando e não encontram."
"Era tempo de deixar o passado entregue à sua inquieta paz."
"Esse é um dos efeitos do tempo, apagar."
"De que adiantaria falar de motivos, às vezes basta um só, outras vezes nem juntando todos, se as vidas de cada um de vocês não vos ensinaram isto, coitados, e digo vidas, não vida, porque temos várias, felizmente vão-se matando umas às outras, senão não poderíamos viver."
"Os vi como pessoas separadas da lógica aparente do mundo, e assim precisamente me sinto eu."
"Talvez lhe chegue o dia, se estiver com atenção à oportunidade."
"É bem certo que as palavras nunca estão à altura da grandeza dos momentos."
"Seria muito interessante, além de educativo, sermos uma vez por outra espectadores de nós próprios, provavelmente não gostaríamos."
"Aqui o que se ouve é o silêncio, ninguém deveria morrer antes de conhecê-lo, o silêncio, ouviste-o, podes ir, já sabes como é."
"As energias voltam sempre quando a esperança volta."
"É para isso que o silêncio verdadeiramente serve, para que possamos ouvir o que se diz não ter importância."
"Limitara-se a perguntar, quem julgue que isso é o mais fácil está muito enganado, não tem conta o número de respostas que só está à espera das perguntas."
"O mundo está cheio de coincidências, e se uma certa coisa não coincide com outra que lhe esteja próxima, não neguemos por isso as coincidências, só quer dizer que a coisa coincidente não está à vista."
"Os olhos olham, e por verem tão pouco, procuram o que deve estar faltando e não encontram."
"Era tempo de deixar o passado entregue à sua inquieta paz."
"Esse é um dos efeitos do tempo, apagar."
"De que adiantaria falar de motivos, às vezes basta um só, outras vezes nem juntando todos, se as vidas de cada um de vocês não vos ensinaram isto, coitados, e digo vidas, não vida, porque temos várias, felizmente vão-se matando umas às outras, senão não poderíamos viver."
"Os vi como pessoas separadas da lógica aparente do mundo, e assim precisamente me sinto eu."
"Talvez lhe chegue o dia, se estiver com atenção à oportunidade."
"É bem certo que as palavras nunca estão à altura da grandeza dos momentos."
"Seria muito interessante, além de educativo, sermos uma vez por outra espectadores de nós próprios, provavelmente não gostaríamos."
"Aqui o que se ouve é o silêncio, ninguém deveria morrer antes de conhecê-lo, o silêncio, ouviste-o, podes ir, já sabes como é."
"As energias voltam sempre quando a esperança volta."
"É para isso que o silêncio verdadeiramente serve, para que possamos ouvir o que se diz não ter importância."
"Limitara-se a perguntar, quem julgue que isso é o mais fácil está muito enganado, não tem conta o número de respostas que só está à espera das perguntas."
"O mundo está cheio de coincidências, e se uma certa coisa não coincide com outra que lhe esteja próxima, não neguemos por isso as coincidências, só quer dizer que a coisa coincidente não está à vista."
José Saramago
"A questão é que, ao contrário do que geralmente se crê, por muito que se tente convencer-nos do contrário, as verdades únicas não existem: as verdades são múltiplas, só a mentira é global." (caderno.josesaramago.org)
Clarice Lispector
"Quando é publicado, é como livro morto. Não quero mais saber dele. E quando eu leio, acho ruim, estranho."
Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres - Clarice Lispector
“Embora de olho secos, o coração estava molhado.”
“Pareceu-lhe então, meditativa, que não havia homem ou mulher que por acaso não tivesse olhado ao espelho e não se surpreendesse consigo próprio. (...) Ah, então é verdade que eu não imaginei: eu existo.”
“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida.”
“Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.”
“Então o que chamava de morte a atraía tanto que só podia chamar de valoroso o modo como, por solidariedade e pena dos outros, ainda estava presa ao que chamava de vida.”
“Não entender era tão vasto que ultrapassava qualquer entender – entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito (...) O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter loucura sem ser doida. (...) Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela não entendia.”
“Mas existe um grande, o maior obstáculo pra eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesma.”
“Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços?”
“Estava caindo numa tristeza sem dor. Não era mau. Fazia parte, com certeza. No dia seguinte provavelmente teria alguma alegria, também sem grandes êxtases, só um pouco de alegria, e isso também não era mau.”
“Muitas coisas você só tem se for autodidata, se tiver a coragem de ser. (...) Espero que você tenha a coragem de ser autodidata apesar dos perigos...”
“Amor será dar de presente um ao outro a própria solidão?”
“Pareceu-lhe então, meditativa, que não havia homem ou mulher que por acaso não tivesse olhado ao espelho e não se surpreendesse consigo próprio. (...) Ah, então é verdade que eu não imaginei: eu existo.”
“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida.”
“Era cruel o que fazia consigo própria: aproveitar que estava em carne viva para se conhecer melhor, já que a ferida estava aberta.”
“Então o que chamava de morte a atraía tanto que só podia chamar de valoroso o modo como, por solidariedade e pena dos outros, ainda estava presa ao que chamava de vida.”
“Não entender era tão vasto que ultrapassava qualquer entender – entender era sempre limitado. Mas não-entender não tinha fronteiras e levava ao infinito (...) O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma bênção estranha como a de ter loucura sem ser doida. (...) Mas de vez em quando vinha a inquietação insuportável: queria entender o bastante para pelo menos ter mais consciência daquilo que ela não entendia.”
“Mas existe um grande, o maior obstáculo pra eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesma.”
“Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços?”
“Estava caindo numa tristeza sem dor. Não era mau. Fazia parte, com certeza. No dia seguinte provavelmente teria alguma alegria, também sem grandes êxtases, só um pouco de alegria, e isso também não era mau.”
“Muitas coisas você só tem se for autodidata, se tiver a coragem de ser. (...) Espero que você tenha a coragem de ser autodidata apesar dos perigos...”
“Amor será dar de presente um ao outro a própria solidão?”
Livro do Desassossego - Fernando Pessoa
“O coração, se pudesse pensar, pararia.”
“Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.”
“É uma vontade de não querer ter pensamento, um desejo de nunca ter sido nada, um desespero consciente de todas as células do corpo e da alma. É o sentimento súbito de se estar enclausurado na cela infinita. Para onde pensar em fugir, se só a cela é tudo?”
“A solidão desola-me. A companhia oprime-me. A presença de outra pessoa desencaminha-me os pensamentos.”
“Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria.”
“Mais terrível do que qualquer muro, pus grades altíssimas a demarcar o jardim do meu ser, de modo que, vendo perfeitamente os outros, perfeitissimamente eu os excluo e mantenho outros.”
“Dá-se em mim uma suspensão da vontade, da emoção, do pensamento, e esta suspensão dura magnos dias. (...) Nesses períodos de sombra, sou incapaz de pensar, de sentir, de querer. (...) Não posso; é como se dormisse e os meus gestos, as minhas palavras, os meus atos certos, não fossem mais que uma respiração periférica, instinto rítmico de um organismo qualquer.”
“O oráculo que disse “Conhece-te” propôs uma tarefa maior que as de Hércules e um enigma mais negro que o da Esfinge.”
“Da nascença à morte, o homem vive servo da mesma exterioridade de si mesmo que têm os animais.”
“Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha."
“Escrevo embalando-me, como uma mãe louca a um filho morto.”
“Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.”
“O meu desejo é fugir. Fugir ao que conheço, fugir ao que é meu, fugir ao que amo. (...) Quero não ver mais estes rostos, estes hábitos e estes dias.”
“Eu mesmo, que sufoco onde estou e porque estou, onde respiraria melhor, se a doença é dos meus pulmões e não das coisas que me cercam?”
“Sou qualquer coisa que fui. Não me encontro onde me sinto e se me procuro, não sei quem é que me procura. Um tédio a tudo amolece-me. Sinto-me expulso da minha alma.”
“Sou uma prateleira de frascos vazios.”
“Sou uma espécie de carta de jogar, de naipe antigo e incógnito, restando única do baralho perdido. Não tenho sentido, não sei do meu valor, não tenho a quem me compare para que me encontre, não tenho a que sirva para que me conheça.”
“Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo.”
“Meu coração dói-me como um corpo estranho. Meu cérebro dorme tudo quanto sinto.”
“Minhas pálpebras dormem, mas não eu.”
“Parece-me que sonho cada vez mais longe, que cada vez mais sonho o vago, o impreciso, o invisionável.”
“A alma humana é um abismo escuro e viscoso, um poço que se não usa na superfície do mundo”
“No baile de máscaras que vivemos, basta-nos o agrado do traje, que no baile é tudo. Somos servos das luzes e das cores, vamos na dança como na verdade...”
“Sou os arredores de uma vila que não há. (...) Sou uma figura de romance por escrever.”
“A liberdade é a possibilidade de isolamento. (...) Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”
“Certas personagens de romance tomam para nós um relevo que nunca poderiam alcançar os que são nossos conhecidos e amigos, os que falam conosco e nos ouvem na vida real.”
“Como tudo dói se o pensamos como conscientes de pensar, como seres espirituais em que se deu aquele desdobramento da consciência pelo qual sabemos que sabemos!”
“A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade (...). A arte serve de fuga para a sensibilidade que a ação teve que esquecer.”
“O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo.”
“Dói-me o universo porque a cabeça me dói.”
“A memória, afinal é a sensação do passado... e toda sensação é uma ilusão.”
“Fechos subitamente portas dentro de mim, por onde certas sensações iam passar para se realizarem.”
“A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.”
“Há qualquer coisa de longínquo em mim neste momento. Estou de fato à varanda da vida, mas não é bem desta vida. (...) Sou todo eu uma vaga saudade, nem do passado, nem do futuro: sou uma saudade do presente, anônima, prolixa e incompreendida.”
“Errei sempre os gestos que ninguém erra; o que os outros nasceram para fazer, esforcei-me sempre para não deixar de fazer. Desejei sempre conseguir o que os outros conseguiram quase sem o desejar. Entre mim e a vida houve sempre vidros foscos: não soube deles pela vista, nem pelo tato; nem a vivi essa vida ou esse plano, fui o devaneio do que quis ser, o meu sonho começou na minha vontade...”
“Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais do que ser uma dor que nós temos.”
“O maior domínio de si próprio é a indiferença por si próprio.”
“A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo, porque sempre faz tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.”
“Amanhã também eu – a alma que sente e pensa, o universo que sou para mim – sim, amanhã eu também serei o que deixou de passar nestas ruas (...) E tudo quanto faço, tudo quanto sinto, tudo quanto vivo, não será mais que um transeunte a menos na quotidianidade de ruas de uma cidade qualquer.”
“Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram.”
“É uma vontade de não querer ter pensamento, um desejo de nunca ter sido nada, um desespero consciente de todas as células do corpo e da alma. É o sentimento súbito de se estar enclausurado na cela infinita. Para onde pensar em fugir, se só a cela é tudo?”
“A solidão desola-me. A companhia oprime-me. A presença de outra pessoa desencaminha-me os pensamentos.”
“Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria.”
“Mais terrível do que qualquer muro, pus grades altíssimas a demarcar o jardim do meu ser, de modo que, vendo perfeitamente os outros, perfeitissimamente eu os excluo e mantenho outros.”
“Dá-se em mim uma suspensão da vontade, da emoção, do pensamento, e esta suspensão dura magnos dias. (...) Nesses períodos de sombra, sou incapaz de pensar, de sentir, de querer. (...) Não posso; é como se dormisse e os meus gestos, as minhas palavras, os meus atos certos, não fossem mais que uma respiração periférica, instinto rítmico de um organismo qualquer.”
“O oráculo que disse “Conhece-te” propôs uma tarefa maior que as de Hércules e um enigma mais negro que o da Esfinge.”
“Da nascença à morte, o homem vive servo da mesma exterioridade de si mesmo que têm os animais.”
“Quem sou eu para mim? Só uma sensação minha."
“Escrevo embalando-me, como uma mãe louca a um filho morto.”
“Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.”
“O meu desejo é fugir. Fugir ao que conheço, fugir ao que é meu, fugir ao que amo. (...) Quero não ver mais estes rostos, estes hábitos e estes dias.”
“Eu mesmo, que sufoco onde estou e porque estou, onde respiraria melhor, se a doença é dos meus pulmões e não das coisas que me cercam?”
“Sou qualquer coisa que fui. Não me encontro onde me sinto e se me procuro, não sei quem é que me procura. Um tédio a tudo amolece-me. Sinto-me expulso da minha alma.”
“Sou uma prateleira de frascos vazios.”
“Sou uma espécie de carta de jogar, de naipe antigo e incógnito, restando única do baralho perdido. Não tenho sentido, não sei do meu valor, não tenho a quem me compare para que me encontre, não tenho a que sirva para que me conheça.”
“Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo.”
“Meu coração dói-me como um corpo estranho. Meu cérebro dorme tudo quanto sinto.”
“Minhas pálpebras dormem, mas não eu.”
“Parece-me que sonho cada vez mais longe, que cada vez mais sonho o vago, o impreciso, o invisionável.”
“A alma humana é um abismo escuro e viscoso, um poço que se não usa na superfície do mundo”
“No baile de máscaras que vivemos, basta-nos o agrado do traje, que no baile é tudo. Somos servos das luzes e das cores, vamos na dança como na verdade...”
“Sou os arredores de uma vila que não há. (...) Sou uma figura de romance por escrever.”
“A liberdade é a possibilidade de isolamento. (...) Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”
“Certas personagens de romance tomam para nós um relevo que nunca poderiam alcançar os que são nossos conhecidos e amigos, os que falam conosco e nos ouvem na vida real.”
“Como tudo dói se o pensamos como conscientes de pensar, como seres espirituais em que se deu aquele desdobramento da consciência pelo qual sabemos que sabemos!”
“A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade (...). A arte serve de fuga para a sensibilidade que a ação teve que esquecer.”
“O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo.”
“Dói-me o universo porque a cabeça me dói.”
“A memória, afinal é a sensação do passado... e toda sensação é uma ilusão.”
“Fechos subitamente portas dentro de mim, por onde certas sensações iam passar para se realizarem.”
“A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.”
“Há qualquer coisa de longínquo em mim neste momento. Estou de fato à varanda da vida, mas não é bem desta vida. (...) Sou todo eu uma vaga saudade, nem do passado, nem do futuro: sou uma saudade do presente, anônima, prolixa e incompreendida.”
“Errei sempre os gestos que ninguém erra; o que os outros nasceram para fazer, esforcei-me sempre para não deixar de fazer. Desejei sempre conseguir o que os outros conseguiram quase sem o desejar. Entre mim e a vida houve sempre vidros foscos: não soube deles pela vista, nem pelo tato; nem a vivi essa vida ou esse plano, fui o devaneio do que quis ser, o meu sonho começou na minha vontade...”
“Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais do que ser uma dor que nós temos.”
“O maior domínio de si próprio é a indiferença por si próprio.”
“A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo, porque sempre faz tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.”
“Amanhã também eu – a alma que sente e pensa, o universo que sou para mim – sim, amanhã eu também serei o que deixou de passar nestas ruas (...) E tudo quanto faço, tudo quanto sinto, tudo quanto vivo, não será mais que um transeunte a menos na quotidianidade de ruas de uma cidade qualquer.”
O Conto da Ilha Desconhecida - José Saramago
"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar."
Histórias Extraordinárias de Edgar Allan Poe
“Essas calamidades, nas dimensões que citei, impressionam vivamente a nossa fantasia, se acontecem longe e atingem a muitos. A verdadeira infelicidade – o supremo infortúnio – é, na verdade, particular. É o sofrimento bem perto. De um só conhecido. Os extremos medonhos da agonia são sofridos pelo homem isoladamente, e nunca pelo homem na multidão.”
Charles Baudelaire
"É fácil observar que a Natureza torna bastante dura a vida daqueles de quem deseja extrair grandes coisas."
O Homem Duplicado - José Saramago
“Tanto é o que precisamos de lançar culpas a algo distante quando o que nos faltou foi a coragem de encarar o que estava na nossa frente.”
“O que sucede é que tudo me cansa e aborrece, esta maldita rotina, esta repetição, este marcar passo, Distraia-se, homem, distrair-se sempre foi o melhor remédio, Dê-me licença que lhe diga que distrair-se é o remédio de quem não precisa dele...”
“Não se pode exigir a toda a gente que seja sensata, Por isso o mundo está como está.”
“Estar de acordo nem sempre significa compartilhar uma razão.”
“Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras.”
“Talvez rejeição não seja a palavra mais apropriada, o caracol não rejeita o dedo que lhe toca, encolhe-se, Será a maneira que ele tem de rejeitar, Será, No entanto, você, à vista desarmada, não tem nada de caracol, Às vezes penso que nos parecemos muito, Quem, você e eu, Não, eu e o caracol...”
"O senso comum é demasiado comum para ser senso.”
“De fato, nunca se sabe muito bem para que servem as vitórias, suspirou o professor de matemática, Mas as derrotas sabe-se muito bem para que servem.”
“É de todos conhecidos, porém, que a enorme carga de tradição, hábitos e costumes que ocupa a maior parte do nosso cérebro lastram sem piedade as idéias mais brilhantes e inovadoras de que a parte restante ainda é capaz...”
“Pensa nas contradições da vida, no fato de que para ganhar uma batalha às vezes possa ser necessário perdê-la...”
“A vida tem me ensinado que nenhuma coisa é simples, que só às vezes o parece, e que é justamente quando mais o parecer que mais nos convirá duvidar.”
“É tanto o que temos para dizer quando nos calamos...”
“Pensava que o pior de todos os muros é uma porta de que nunca se tem a chave, e ele não sabia onde a encontrar, nem sabia sequer se tal chave existia.”
“O que sucede é que tudo me cansa e aborrece, esta maldita rotina, esta repetição, este marcar passo, Distraia-se, homem, distrair-se sempre foi o melhor remédio, Dê-me licença que lhe diga que distrair-se é o remédio de quem não precisa dele...”
“Não se pode exigir a toda a gente que seja sensata, Por isso o mundo está como está.”
“Estar de acordo nem sempre significa compartilhar uma razão.”
“Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras.”
“Talvez rejeição não seja a palavra mais apropriada, o caracol não rejeita o dedo que lhe toca, encolhe-se, Será a maneira que ele tem de rejeitar, Será, No entanto, você, à vista desarmada, não tem nada de caracol, Às vezes penso que nos parecemos muito, Quem, você e eu, Não, eu e o caracol...”
"O senso comum é demasiado comum para ser senso.”
“De fato, nunca se sabe muito bem para que servem as vitórias, suspirou o professor de matemática, Mas as derrotas sabe-se muito bem para que servem.”
“É de todos conhecidos, porém, que a enorme carga de tradição, hábitos e costumes que ocupa a maior parte do nosso cérebro lastram sem piedade as idéias mais brilhantes e inovadoras de que a parte restante ainda é capaz...”
“Pensa nas contradições da vida, no fato de que para ganhar uma batalha às vezes possa ser necessário perdê-la...”
“A vida tem me ensinado que nenhuma coisa é simples, que só às vezes o parece, e que é justamente quando mais o parecer que mais nos convirá duvidar.”
“É tanto o que temos para dizer quando nos calamos...”
“Pensava que o pior de todos os muros é uma porta de que nunca se tem a chave, e ele não sabia onde a encontrar, nem sabia sequer se tal chave existia.”
Assinar:
Postagens (Atom)