Uma Breve Introdução à Filosofia - Thomas Nagel

“O que acontece, por exemplo, quando você morde uma barra de chocolate? (...) Se um cientista retirasse a tampa do seu crânio e olhasse o interior do seu cérebro enquanto você come a barra de chocolate, a única coisa que ele veria é uma massa cinzenta de neurônios. Se ele usasse instrumentos para medir o que acontece ali dentro, detectaria vários processos físicos diferentes e complexos. Mas encontraria o sabor do chocolate? Ao que parece, ele não o encontraria no seu cérebro, porque sua experiência de saborear o chocolate está de tal forma trancada dentro da sua mente que não pode ser observada por ninguém – mesmo que ele abra seu crânio e examine dentro do seu cérebro. Suas experiências estão no interior da sua mente com um tipo de interioridade que é diferente do modo como seu cérebro está no interior da sua cabeça.”

“Se o que acontece na experiência está no interior da sua mente de um jeito diferente do que acontece no seu cérebro, parece então que suas experiências, bem como seus diferentes estados de espírito, não podem ser meros estados físicos do cérebro. Você deve ser algo mais do que um corpo dotado de um buliçoso sistema nervoso.”

“Parece haver dois tipos muito distintos de coisas que acontecem no mundo: as coisas que pertencem à realidade física, que muitas pessoas podem observar de fora, e as coisas que pertencem à realidade mental, que cada um de nós experimenta interna e individualmente.”

“Pode ser que haja mais sobre o mundo do que a ciência é capaz de entender.”

“As pessoas que aceitam a moral, de modo geral, divergem muito acerca do que é particularmente certo e errado.”

“Visto de fora, você não tem tanta importância quanto tem para si mesmo, visto de dentro – já que de fora você não é mais importante do que ninguém.”

“Se existe algum sentido naquilo que fazemos, temos de encontrá-lo em nossas próprias vidas.”

“A idéia de Deus parece ser a idéia de algo que pode explicar tudo, sem precisar ele próprio de explicação. É muito difícil, porém, entender tal coisa. Se perguntamos: ‘Por que o mundo é assim?’, e nos oferecem uma resposta religiosa, como podemos evitar de perguntar de novo: ‘E porque isso é verdade?’Que tipo de resposta poria fim a todos os nossos ‘por ques’ de uma vez por todas?”

Zona Morta - Stephen King

“Talvez fosse melhor deixar certas coisas perdidas, em vez de encontrá-las.”

“Às vezes as pessoas pensam de uma maneira quando uma coisa é apenas 'talvez', e de outra, quando ela se torna realidade.”

A Mídia e seus Truques - Nilton Hernandes

“Talvez um dos maiores problemas na análise do jornalismo seja a confusão, a mistificação e até mesmo a ingenuidade que cercam a discussão sobre verdade. O senso comum vê a realidade como definitiva, pensa a existência de um mundo único e de uma verdade inquestionável. No entanto, qualquer aspecto da realidade é muito mais complexo do que podemos dar conta. Estamos condenados a dar sentido a certas experiências.”

“O problema maior é que cada pessoas acha que seu direcionamento, que sua limitação na maneira de interpretar a realidade, é a própria realidade. Que a parte é o todo. Que o mundo é o mesmo para todos. Ou seja, o que ela vê, sente e interpreta é o que todo mundo também vê, sente e interpreta.”

“É a ideologia que faz com que cada um tenha uma apreensão da realidade bastante distinta.”

“Este trabalho não nega a existência da realidade. Só existe acesso ao real, porém, por via dos discursos, da linguagem, de uma visão de mundo.”

“Podemos perceber que o potencial de atração da notícia, cuja isca é a manchete, é proporcional à projeção do público nos dramas mostrados.”

“O discurso ocidental marca a rotina com valores negativos, disfóricos, ligados à acomodação, à falta de ambição material e espiritual, entre tantos outros. Se pudermos afirmar que o ser humano precisa se libertar da rotina para se sentir mais vivo, parte integrante do mundo e da humanidade, o jornal, na tentativa de satisfazer essa necessidade, promete continuamente chacoalhar o cotidiano, fazer o sujeito viver emoções e paixões com seu recorte, ordenamento e apresentação dos acontecimentos do mundo.”

“O jornalismo cria expectativas para se auto-alimentar.”

“Ciro Marcondes filho, por outro lado, assevera que tudo o que o jornalismo produz é rápido demais, emocional e superficial: ‘Tudo vai direto para o lixo, tudo é esquecido, tudo desaparece instantaneamente. Nenhuja notícia sobrevive, nenhum relato é suficientemente trabalhado para criar raiz, tudo evapora. [...] Uma máquina incessante de fazer o nada’.”