Fragmentos trazidos pelo vento

"Um dos mais preciosos retratos da condição humana foi traçado pelo pensador Jiddhu Krishnamurti. (...) O que podemos fazer para voltarmos a ser livres como uma criança? Sua resposta para essa pergunta é muito estranha: olhar, observar. Prestar atenção verdadeiramente, realmente, em tudo o que está dentro e fora de nós. Ver as correntes que nos prendem, observar os grilhões a que estamos atados, as mentiras, os sonhos, as fantasias. Um encontro cara a cara com a verdade, cada dia mais profundo. E quando aprendermos a olhar de maneira tão sincera e real, disse Krishnamurti, tudo se esclarecerá. As correntes começarão a se desfazer, a visão estará mais límpida e desimpedida. Isso pode ser doloroso. (...) No esforço para se ajustar à ideologia, (ou religião, ou doutrina), você recalca a si mesmo, seu ser verdadeiro. Sua essência é massacrada por um milhão de vozes: de sua personalidade, da sua sociedade, de sua própria consciência fragmentada. 'No entanto, o que é realmente verdadeiro não é a ideologia, mas aquilo que você é'. Krishnamurti acreditava que, ao se livrar do enorme peso das tradições, religiões ou ideologias e do seu próprio passado, o indivíduo ganhava uma carga extraordinária de energia e vitalidade. Criava então condições internas e força suficientes para ser livre." (Revista Vida Simples - Março 2008)

"Existem muitas propostas de alienação, que passam pelas roupas que precisamos vestir para estar na moda e chegam aos restaurantes que precisamos ir para sermos vistos e comentados. É preciso olhar para sua própria vida e construir seus próprios significados. O cultivo da própria personalidade é uma iniciativa que irá ajudar na construção da realidade que você decide viver, e não a que os outros lhe impõe. Um cidadão de bem, aliás, deve ajustar a sincronia da sua vida a si mesmo." (Revista Vida Simples - Junho 2007)