Sobre a brevidade da vida - Sêneca

"Definitivamente, os relógios mentem: o tempo não se mede de forma tão objetiva assim."

"A vida inteira é necessária para se aprender a viver e – talvez isto o faça pensar ainda mais – a vida inteira é necessária para se aprender a morrer."

"E, portanto, não há razão para pensar que um homem viveu muito porque tem cabelos grisalhos ou rugas; ele não viveu muito, apenas existiu muito."

"Alguns homens, de fato, até mesmo organizam coisas que estão além de sua vida – enormes mausoléus, as dedicatórias de serviços públicos, jogos fúnebres e exéquias gloriosas."

"A vida abandonou alguns nas suas primeiras lutas, antes que pudessem atingir o máximo de sua ambição. Outros, ao se submeterem a mil indignidades até atingir a posição suprema, são possuídos pelo pensamento infeliz de que apenas labutaram tanto por uma vã inscrição no túmulo. Alguns ainda, que chegaram à extrema velhice, ao mesmo tempo que nutriam novas esperanças como se ainda estivessem na juventude, sucumbem à fraqueza em meio a seus grandes e ansiosos esforços. Vergonhoso é aquele cujo fôlego o abandona em meio a uma provação quando, já avançado em anos e ainda cortejando os aplausos de um círculo de ignorantes, defende a vil causa de algum litigante. Vergonhoso é aquele que, exaurido mais por seu modo de vida do que por seu trabalho, sucumbe em meio aos próprios deveres. Vergonhoso é aquele que, ao morrer, arranca um sorriso do herdeiro a quem muito tempo fez esperar."